Eram cerca de 17h, naquela sexta-feira. A rotina do CTA era normal, o que não significa que o ambiente estivesse tranqüilo. Os controladores devem manter os olhos grudados na tela de controle e fichas de progressão de vôo ao lado do monitor. Por duas horas seguidas, virar a cabeça para o lado é arriscado, levantar, então, é proibido. Lá estavam, todos eles, nos seus postos. Quatro no controle, quatro em descanso e os demais em outras tarefas. “De repente o vôo da Gol desapareceu”, conta o sargento da Aeronáutica. Como assim desapareceu?
“Naquela região não há visualização-radar. Estávamos esperando o Gol entrar em contato. Ele não entrou. Antes, eu já tinha tentado sete contatos com o Legacy para avisar que o transponder estava desligado e que ele entraria em uma região não-radar. Não consegui. Ligamos para o controle de Manaus (Cindacta IV) porque queríamos saber se o Gol tinha entrado em contato com eles. Mas ninguém sabia. Pelo horário, ele deveria ter saído do controle do Cindacta IV e deveria estar no nosso. O problema é que ele não tinha entrado. Até aquele momento, estávamos em uma situação de incerteza. Pelo regulamento, somente depois de 30 minutos sem a localização da aeronave é que passamos para o estado de alerta. Nesse meio tempo, soubemos que o Legacy tinha feito um pouso forçado em Cachimbo (Serra do Cachimbo – MT). Até aí tudo bem. Na nossa profissão, um pouso forçado não é motivo para desespero. Logo depois fomos avisados, por Manaus, que o piloto do Legacy tinha batido em alguma coisa na descida. Não sabia o que era. De repente a nossa ficha caiu. E a pergunta passou a ser: como? Como, se ele estava no nível 360 e o vôo da Gol no 370? Na hora, achávamos que o Legacy teria subido para 380, porque o Plano de Vôo dele previa a mudança em Teres e, por algum problema, ele desceu. O desespero tomou conta de todo mundo. Só conseguíamos pensar no acidente com mais de 150 passageiros. Tínhamos colegas lá dentro. Nós vivemos sabendo que essa possibilidade existe, mas o nosso trabalho é evitá-la, então, em questão de segundos, nosso maior pesadelo se tornava realidade.”
“Sabe quantos quilos eu já perdi? Cinco. Saio de casa às 8h da manhã e não chego antes de meia-noite. Fico pensando nos cerca de três minutos que aquelas pessoas sofreram. As imagens do acidente passam como um filme em minha cabeça. A mãe que foi encontrada abraçada ao filho, algumas pessoas com as máscaras de oxigênio, a mão rígida do piloto agarrada ao manche. Ele morreu lutando contra a aeronave”, conta o Sargento, com o olhar marejado. “Meu casamento está por um fio. A minha mulher não sabe o que dizer. Só fica calada.”
Um consolo veio na quarta-feira 8, quando os primeiros exames das caixas-pretas mostraram que não houve pânico nem tumulto. A princípio, depois do choque, o avião caiu verticalmente e todos perderam os sentidos, o que, pelo menos, teria reduzido o sofrimento a bordo.
Enquanto outros dez controladores tiveram acompanhamento psicológico, os demais continuaram trabalhando, em dobro, para cumprir seu turno e o dos colegas afastados. O estresse dobrou na sala, justamente onde trabalhar sob estresse significa colocar vidas em risco. Nos intervalos de duas horas para descanso, controladores se rendiam ao choro para aliviar a tensão, escondidos atrás dos armários. Sem apoio psicológico e diante de toda pressão extra, um sargento de 33 anos teve um acidente vascular cerebral (AVC) dentro do CTA e outros 20 entraram com atestados médicos. Em pouco tempo, onde antes trabalhavam 12 pessoas (dez controladores e dois supervisores) por turno, só havia quatro, sendo que cada dupla se intercala no controle. Isso explicaria o colapso nos aeroportos às vésperas do feriado. Faltou pessoal, apoio psicológico e um plano de contingência.
Fonte: Isto É Dinehiro, Edição 1 semana de Outubro
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Moderadores: Mamão, Homer, Frango Mestre, KAPPA
Controlador de Vôo no Brasil:
Carga horária: 40h semanais
Salário: R$2000,00
Benefícios: Vale transporte e R$250,00 de tickets refeição
Equipamentos: White Westinghouse e Siemens. Alguns datados de 1974, monitores de fósforo verde, cadeiras não-ergométricas.
Controlador de Vôo nos USA
Carga horária: 20h semanais
Salário: US$8000,00
Benefícios: Convênios de saúde com direitos a: Planos dentários; tratamento médico convencional; tratamento psiquiátrico; extendido para toda a família.
Equipamentos: Sistema de TRACON da NASA.
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Cabriocárico.
CMS: A lifestyle.
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